O náufrago encontrou um caderno e uma caneta no compartimento do bote, junto com latas de água e comida. Dedicou-se a desenhar a embarcação. Inventou uma medida, a Caneta, e mediu cada ângulo e vinco do bote. Através de pequenos socos na madeira e golpes precisos com a ponta dura da caneta, identificou a densidade e o material de cada parte do bote. Em seguida, fez um diagrama de sons e cores, dando-lhe nomes como Ranger Oblíquo de Estibordo e Torção Repetida Adjacente.
Em algumas semanas, seu caderno se tornou um plano completo do bote, contendo cada medida e detalhe e comportamento.
Uma tempestade o atirou à costa, fazendo com que a embarcação se estilhaçasse contra as pedras. Nadou até a praia e deitou-se na areia, exausto. Pela manhã, os pescadores nativos o carregaram até uma das casas, onde foi hidratado e alimentado. Os demais pescadores se reuniram do lado de fora, especulando, fofocando. Um dos benfeitores do náufrago surgiu à porta, com um olhar confuso.
– Então? – perguntou-lhe um dos pescadores.
– Ele me pediu uma caneta e está medindo a cama com ela.