Aprendi que a dor é um sinal para que você pare. Também aprendi que a dor é um sinal de adaptação, de que o processo está gerando efeito. Mais uma das mensagens cruzadas em nossa cultura. A dor é boa, mas também é ruim. Consulte um especialista. Consulte o seu coração.
A dor é um patamar. O sintoma tanto do voo como da queda.
Há gente que prefere lidar com a dor física, externa. Há gente que prefere lidar com a dor do lado de dentro. Tudo depende de qual você acha que pode controlar. É uma questão de fé. Fé na casca, fé no fantasma.
O paradigma nos diz: todos querem aumentar o prazer e diminuir a dor. Uma breve análise do que as pessoas fazem revela que isto é uma mentira. Escolhemos o tipo de dor que desejamos cultivar. Dores socialmente aceitáveis ganham o nome de “responsabilidade”, “necessidade”, “é-o-que-todo-mundo-faz”. Dores marginalizadas ganham o nome de “fobia”, “transtorno”, “disfunção”.
É uma questão de fé.
De acordo com minha própria fé, fugir da dor é mais perigoso do que encará-la. Quando o hábito de enfrentar a dor é formado, mesmo que em migalhas, ela se torna parte da essência da vida. A escolha se torna consciente. Como colocar um chocalho no pescoço de um predador escondido no mato alto. Ouve-se o chacoalhar a cada passo, aguardando para o ataque. O som te deixa atento. O perigo é real. É melhor que seus músculos estejam preparados.
Então, não importa se a dor é um sinal de pare ou de siga. Ela está ali. Um buffet delas. Escolha à vontade.