Todos os dias eu me pergunto: qual a decisão correta? Minha intuição fala comigo, mas aprendi a não confiar nela. Já me levou para lugares desagradáveis. A única forma de informar minha decisão é coletar dados. A memória chove as peças, uma pesquisa rápida completa o quebra-cabeças, agora eu tenho um vetor. Um sentido. Reformulo este sentido numa lista de ações.
Os dados, no entanto, são insuficientes. Há uma fonte invisível, incognoscível, sempre cuspindo novas peças, levando todo o sistema para o caos. Uma mestra da ironia, que te informa o oposto daquilo que você já aderiu ao seu sistema pessoal. Tente coletar a água desta fonte e você ficará louco. Tente recusar o que chega e você ficará ilhado.
A fonte está no espaço entre o meu estômago e minhas costelas, e também está na internet, nas outras pessoas, na minha suprema irracionalidade.
No fim dos tempos, quando o julgamento e os alienígenas chegarem, quando o lobo Fenrir se libertar de suas correntes e engolir o sol e a lua, o estoico vai correr e gritar como todos os outros fanáticos.